Para conversar com os voluntários, participe do grupo no Facebook

A Horta das Corujas está sempre aberta para voluntários e visitantes. Ela é cercada apenas para impedir a entrada de cachorros. O portão não tem tranca e pedimos que fique fechado (por causa dos cães). A organização do trabalho no dia-a-dia acontece por meio do nosso grupo de discussão no Facebook. Se você tem alguma dúvida ou quer participar, vai lá: https://www.facebook.com/groups/hortadascorujas/ jun 15 guga

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Bomba de semente

Ontem foi bom demais!!! Comemoração deliciosa, reverberando a paz da manifestação de sábado 💚com bombas de semente pra espalhar natureza por aí! Obrigada turma! Especial participar desse movimento! 🌻

Clara Spallicci‎

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E a Horta completou 6 anos. Viva!

Este é um dos muitos videos feitos no dia de aniversário da horta.

https://www.facebook.com/plugins/video.php?href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fpermacultoresurbanos%2Fvideos%2F1963631443696487%2F&show_text=1&width=560

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Cidades também são espaços para plantar

Fonte: Jornal do Campus, 10/10/2015, por Barbara Monfrinato e Dimítria Coutinho

Agricultura urbana mobiliza pessoas em busca de bem-estar e cidades melhores para se viver

Horta das Corujas, primeira horta ativista e comunitária em São Paulo, na região da Vila Madalena (foto: Marcos Santos)

No movimento da contracultura nos Estados Unidos, entre os anos 1960 e 1970, surgem os chamados “guerrilheiros verdes”: ativistas que passam a se apropriar de espaços abandonados e transformá-los em hortas, realizando intervenções de maneira horizontal e independente, sob influência de ideais anarquistas. Quatro décadas depois, num momento em que mais da metade da população mundial vive em cidades, a agricultura urbana surge novamente como alternativa que traz benefícios para o meio ambiente, o urbanismo, a educação e a saúde.

“A agricultura urbana funciona como um mecanismo que a sociedade civil tem para se organizar de maneira autônoma e independente do Estado. A partir disso, ela consegue promover mudanças na cidade”, explica Gustavo Nagib, geógrafo que estuda o potencial ativista da agricultura urbana em seu mestrado, na FFLCH. Gustavo integra o Grupo de Estudos em Agricultura Urbana (GEAU), que reúne pesquisadores de diferentes áreas e universidades em torno do tema. “Na sua essência, ela talvez seja ativista. É uma maneira de trazer mais autossuficiência para a cidade, onde as pessoas vivem”, diz. A agricultura urbana estaria em busca de um novo modelo de cidade, mais heterogêneo e democrático.

Apesar de não ser uma prática recente — segundo Gustavo, há registros históricos do século 17, na Inglaterra —, em São Paulo a agricultura urbana ativista tem se organizado melhor nos últimos anos. Nisso as redes sociais têm papel importante. Em 2011, foi criado no Facebook o grupo Hortelões Urbanos, articulado pelas jornalistas Claudia Visoni e Tatiana Achcar: são pessoas de todo o Brasil que trocam experiências e discutem a produção de alimentos na cidade, seja dentro de casa ou em áreas públicas. O termo “hortelão urbano” se espalhou, e hoje o grupo chega a quase 25 mil membros na rede social.

A Horta das Corujas foi a primeira que resultou desse envolvimento coletivo, na praça Dolores Ibarruri, região da Vila Madalena. Num espaço de 800m² há diversos cultivos e acesso a água limpa, mesmo nos tempos mais secos, desde que recuperaram uma das nascentes que abastecem o Córrego das Corujas. A horta é aberta a todos, com uma cerca baixa apenas para evitar a entrada de cachorros, e recebeu apoio do Cades (Conselho Regional de Meio Ambiente Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz) da subprefeitura de Pinheiros.

Desde então, hortas comunitárias se espalharam pela cidade. Muitas delas podem ser localizadas nos mapas colaborativos do site do Movimento Urbano de Agroecologia de São Paulo (Muda SP) e do Cidades Comestíveis, plataforma lançada neste ano com patrocínio do edital municipal Redes e Ruas. O projeto busca conectar áreas e pessoas interessadas em agricultura urbana. “A principal experiência das hortas comunitárias é propiciar que pessoas de jeitos e gostos diferentes convivam entre si”, diz Claudia.

A jornalista começou a se envolver com agricultura urbana em 2008, plantando em casa. Ao longo desse percurso, encontrou e listou 18 motivos para incentivar a prática, que vão desde a educação nutricional até a conservação do espaço público.

As hortas normalmente acontecem em espaços como praças, parques e canteiros de avenidas. A Lei Municipal Nº 16.212 de 10 junho de 2015 trata da gestão participativa de praças públicas por meio de comitês de moradores, em conjunto com as Subprefeituras, e inclui em seu texto as hortas comunitárias. A cidade de São Paulo possui também um Programa de Agricultura Urbana e Periurbana (PROAURP), que incentiva a criação de hortas comunitárias e hortas caseiras para autoconsumo.

arte: Leandro Bernardo

 

Fonte de renda

“Agricultura urbana também é política social. Num momento de crise econômica, essas pessoas se alimentam do que produzem e conseguem trocar entre si”, afirma Gustavo, citando o momento da Segunda Guerra, quando se disseminaram hortas comunitárias na Inglaterra e nos Estados Unidos, para combater a fome. O pesquisador também dá o exemplo de Detroit, cidade industrial estadunidense que foi abalada pela crise de 2008: 60% dos habitantes deixaram a cidade. Os mais pobres, que não tiveram condições de sair, passaram a produzir alimentos em lotes abandonados e constituir redes de venda e troca.

Plantar no espaço urbano pode ser, ainda, fonte de sustento. Em Parelheiros, extremo sul da cidade, cerca de 30 agricultores se reuniram no grupo Cooperapas para produzir e vender alimentos, o que garante boa parte de sua renda. Desde seu início, em 2011, essa cooperativa tem uma proposta agroecológica, também porque a região está situada em Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e abriga nascentes de rios.

Segundo Angélica Nakamura, geógrafa que estuda a Cooperapas em seu mestrado na FFLCH e faz parte do GEAU, trata-se de uma área de agricultura periurbana (nos limites geográficos da cidade). Embora já sofra com alguns problemas da urbanização, como violência e especulação imobiliária, a região também fica aberta a relações diferentes com a cidade. “Eles têm os clientes muito próximos e eles não deixam de conversar com os hortelões urbanos”, diz a pesquisadora. A clientela é variada, desde supermercados até feiras, restaurantes e igrejas. “É uma rede muito grande. Está tudo muito ligado”, avalia.

A cooperativa tem se desenvolvido, apesar de algumas dificuldades de gestão e limitações, por serem produtores pequenos. Eles têm apoio da Casa de Agricultura Ecológica de Parelheiros, que busca dar suporte às centenas de agricultores presentes na região.

Qualidade de vida

Os benefícios das hortas comunitárias vão além de uma melhora na saúde, na vivência urbana e na relação com o meio ambiente. Silvana Ribeiro, em seu mestrado na Faculdade de Saúde Pública (FSP/USP), estudou hortas implementadas na cidade de Embu das Artes em parceria com a prefeitura local. Com base em relatos de pessoas que passaram a participar das hortas, a pesquisadora identificou uma série de mudanças em casos como depressão, diabetes, colesterol e também problemas de socialização. “Pessoas relataram a redução no consumo de remédios e melhora na integração social, perdendo a timidez, ou melhorando algum tipo de fobia”, diz Silvana.

O contato com a natureza e com outros membros da comunidade teve impacto positivo na saúde, no bem-estar e na alimentação. As comunidades também passaram a se unir mais e ampliaram a participação política no município, segundo Silvana. Houve benefícios ambientais, através da retenção de água da chuva e melhor climatização. A quantidade de lixo, por exemplo, foi reduzida pelo uso de resíduos como caixotes, pedaços de madeira e cascas de frutas na construção ou na adubação dos canteiros.

Para Silvana, uma das idealizadoras do GEAU, ainda faltam políticas públicas para a agricultura urbana. Ela comenta que os governantes priorizam a perspectiva do trabalho e da geração de renda, o que muitas vezes não ocorre com a intensidade desejada. “Os gestores públicos deveriam entender que a agricultura urbana talvez não tenha um valor econômico direto. Mas ele pode ser indireto, pois a pessoa em contato com a horta vai evitar doenças e vai procurar menos o centro de saúde; então, há ganhos indiretos”, explica a pesquisadora.

É mesmo saudável?

Uma questão também surgiu entre os hortelões: até que ponto é seguro comer alimentos produzidos em meio a poluição urbana? É o que investiga Luís Fernando Amato, também do GEAU e doutorando da Faculdade de Medicina da USP. Sua pesquisa consiste em analisar a concentração de metais nas plantas e no solo, numa correlação com a poluição do ar local.

Horta do Ciclista, no canteiro central da Avenida Paulista, altura da Rua da Consolação (foto: Gustavo Nagib)

Para isso, Luís está estudando dez hortas comunitárias de São Paulo, como a Horta das Corujas, a Horta do Ciclista (Avenida Paulista), a Horta do Centro Cultural São Paulo e a Horta do Instituto de Energia e Ambiente (IEE/USP). O pesquisador analisou um quadro crítico: couve e espinafre, hortaliças que tendem a acumular muitos resíduos, foram expostas a um período de até 90 dias, numa época seca do ano. Sabe-se que existe uma relação entre a distância das vias públicas e a contaminação das hortas. O que falta agora em sua pesquisa é associar os dados obtidos para chegar a conclusões.

Estudos similares já foram feitos na Alemanha e em Portugal, mas nunca no Brasil. Os resultados estrangeiros apontaram concentrações de elementos como chumbo e cádmio acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), além de identificar o carro como a principal origem dos elementos. Segundo Luís, há medidas que podem amenizar o problema, como a inclusão de obstáculos verticais. Um exemplo seriam árvores que, colocadas próximas às hortas, podem conter parte da poluição do ar.

Para Luís, esses estudos devem ser constantes e ampliados no Brasil. “É preciso analisar outros tipos de legumes e vegetais, para ir formando uma espécie de manual de boas práticas da agricultura urbana”, propõe.

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Cultivo de horta em espaços urbanos atrai cada vez mais adeptos

Fonte: Globo Rural, 4/10/2015, por Camila Marconato

Horta comunitária em São Paulo produz legumes e hortaliças. Agricultura urbana é vista por especialistas como atividade promotora de saúde.

Na maior cidade do país tem tanto concreto, carro, prédio, que não sobra muito espaço para o verde, a natureza, a produção de alimento.

Mas quem disse que precisa de muito espaço? São Paulo está cheia de boas iniciativas de agricultura urbana. Vale usar o terraço de casa, o fundo do quintal, a varanda do apartamento e por que não uma praça?

Foi o que fez a jornalista Cláudia Visoni. Ela e um pequeno grupo de amigos criaram a primeira horta comunitária num espaço público de São Paulo. A Horta das Corujas fica na Zona Oeste da capital e acaba de completar três anos.

“A gente planta no estilo agroecológico. Tem gente que acha estranho estar tudo misturado, mas tem um objetivo: as plantas misturadas elas se protegem, elas se complementam e isso evita proliferação de praga”, explica Visoni.

Nos 800 metros quadrados da horta, a gente logo reconhece a couve, a salsinha, a beterraba, mas o forte são as chamadas hortaliças não-convencionais, como azedinha, peixinho, bertalha, almeirão roxo e capuchinha.

O uso de venenos e adubos sintéticos é proibido. Os voluntários fazem um composto à base de folhas e esterco de cavalo para alimentar as plantas.

A horta conta com cerca de 15 voluntários mais comprometidos, que cumprem uma escala de rega e adotam canteiros, mas centenas de outras pessoas já passaram pela horta.

Cláudia Visoni explica que, por se tratar de um espaço público, as regras são mínimas. “Esse é um espaço de liberdade. A cerca só existe para os cachorros não entrarem, a praça é aberta, 24 horas por dia, sete dias por semana. Quem quiser entrar, visitar, colher, plantar é bem-vindo. A gente só pede: por favor não roubem mudas! Porque tem gente que não entende esse conceito do coletivo e do comunitário e vem na horta pra roubar muda…”, declara.

Antes de existir como horta, o espaço era um morro gramado. Hoje, além de todas as verduras, os legumes e as ervas, o pessoal conta também com uma nascente que dá conta de abastecer o cultivo mesmo nos meses mais secos do ano.

“A gente tem aumentado a quantidade de água só por manter esse lugar protegido, com a vegetação e sem as pessoas pisotearem”, explica.

Além do trabalho na horta comunitária, Cláudia Visoni mantém um grupo nas redes sociais chamado Hortelões Urbanos, que reúne mais de 20 mil pessoas em todo o país para trocar experiências sobre o plantio doméstico de alimentos.
E claro, ela cuida da própria horta no fundo de casa. “Eu produzo, talvez, nem 10% daquilo que a gente come, mas praticamente em toda a refeição a gente come alguma coisa que veio aqui de casa. Foi a partir da visão de que a agricultura urbana é importante, do ponto de vista ambiental, que eu comecei. Mas aí eu descobri todo um universo de benefícios, que vão muito além desses. Vai desde a gente conhecer outras pessoas e passar a se relacionar por meio de uma coisa muito legal, que são as plantas, até a ter uma alimentação mais fresca, mais saudável, mais diversificada, mais barata… E isso é maravilhoso”, comenta.

Uma pesquisa da faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo, comprovou o que a Cláudia e todos do seu grupo já sabiam: “Nós chegamos a conclusão que a agricultura urbana agroecológica ela é sim uma atividade promotora de saúde. Nós temos relato de pessoas que viviam com muita ansiedade, crianças muito agitadas, casos de depressão, fobias, pessoas que não conseguiam falar em público, começaram a participar das rodas de conversa, e colocar seus próprios problemas, porque o espaço da horta também é um espaço de socialização”, Silvana Ribeiro, pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública/USP.

Isamu Yokoyama é agrônomo da Fundação Mokiti Okada, o criador da chamada agricultura natural. Há três anos, a fundação criou o programa “Horta em Casa”. Quase 60 mil pessoas já fizeram os cursos e as oficinas que ensinam o passo-a-passo do cultivo doméstico.

“Toda a construção da agricultura tecnicamente, nós visamos a vivificar o solo, fazer com que ele ganhe um desenvolvimento normal, através de microrganismos, através de matéria orgânica de origem vegetal. Então, transformando esse solo poroso, profundo, onde pode desenvolver bastante raízes. Esse contato constante com a natureza que a gente vai trabalhando o solo, não é apenas para modificar o solo, mas para modificar o ser humano também”, declara.

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Horta das Corujas: trazer o campo para a metrópole

Fonte: Formiga.me

A poucos metros da moderninha Vila Madalena, em São Paulo, existe uma roça urbana, povoada por borboletas e abelhas, com plantas dos mais variados tipos, de berinjela a almeirão. A Horta das Corujas fica escondida em uma rua bem arborizada no bairro Vila Beatriz, em frente a um córrego, e foi uma das primeiras hortas comunitárias de São Paulo.

A semente desse movimento foi plantada no grupo de Facebook Hortelões Urbanos, criado em 2011 pelas jornalistas Tatiana Achcar e Claudia Visoni para trocar informações sobre o plantio de alimentos em casa. Um ano depois, o que era virtual e individual virou em real e comunitário. “Apareceu um menino no grupo que falou: ‘Vai ficar essa conversa, meu quintal isso, meu quintal aquilo? Vamos plantar na praça. Só que, detalhe: esse menino nunca mais apareceu. Mas a gente foi em frente”, lembra Claudia Visoni, uma das fundadoras da horta e hoje também conselheira do meio ambiente na Subprefeitura de Pinheiros.

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Plantar para a cidade

Depois de fazer reuniões e tentar escrever um projeto oficial, o grupo decidiu deixar a burocracia de lado e simplesmente agir. Com um e-mail, os hortelões conseguiram a autorização da Subprefeitura de Pinheiros para começar a plantar no espaço, que foi cercado pelos técnicos do órgão público e inaugurado no dia 29 de setembro de 2012. Apesar dessa parceria, a horta não tem autorização formal para existir, e não há legislação que regulamente esse tipo de iniciativa.

Com ou sem permissão oficial, as hortaliças plantadas pelos voluntários das Corujas continuam crescendo e dando frutos até hoje. Qualquer pessoa pode colher, desde que não arranque ou danifique as mudas. “Essa também é uma forma de participar, e não precisa ter trabalhado na horta para colher. Isso é uma coisa fundamental desse projeto. A gente planta para a cidade”, explica Claudia. As poucas regras da horta incluem não roubar mudas, não plantar árvores e não entrar com cachorro.

Pouca gente põe a mão na terra de verdade

O mesmo espírito de doação que fez a horta prosperar é hoje o seu maior desafio. “Essa história de horta comunitária é um ponto de inflexão na nossa sociedade, no nosso estilo de vida. As pessoas têm muita facilidade de trabalhar na frente de um computador. Já teve gente querendo fazer mapeamento, oferecer logotipo. Agora, o que é mais simples, que é ir lá e regar, é muito difícil conseguir alguém.”

Dinheiro não é problema nem solução para os hortelões das Corujas. Eles produzem adubo no local, fazem vaquinha quando precisam comprar material e preparam as mudas em casa. O que falta mesmo é a moeda tempo. “As pessoas imaginam que cuidar de uma horta é ir lá e plantar, que é a coisa mais fácil e mais rápida. Mas é que nem ter filho. Uma coisa é parir, que é ir lá e fazer o canteiro, plantar uma muda. Outra coisa é cuidar”.

O trabalho na horta é muito mais prático do que qualquer outra coisa. Nada de reuniões, planejamentos extensos, ou mesmo hierarquia. “As plantas não precisam de reunião, e sim que você vá lá, tire o mato, coloque adubo, regue”. As conversas sobre a horta acontecem nos mutirões e no grupo da horta no Facebook. Lá também é possível ver a escala de rega, combinada entre os voluntários mais ativos. “O grupo tem mais de 2 mil pessoas, mas que aparece mesmo são uns 10”.

Claudia Visoni ao lado de outras três fundadoras da Horta das Corujas nos primeiros dias de plantio

O que a horta ensina

Quem passa pela Horta das Corujas hoje nem imagina que aquela enorme área verde tinha o solo árido e era a menos frequentada da praça. A ocupação melhorou a qualidade da terra, regenerou as nascentes do local – hoje usadas para rega – e se transformou em um espaço de educação e preservação da biodiversidade vegetal, que conta até com um apiário. É comum receber visitas de escolas e estudantes de toda a cidade.

Claudia compara o aprendizado na horta com a experiência de um surfista, que “não molda a onda, tem que aprender a surfar a onda que vem.” Quando começou a plantar, ainda em casa, em 2008, Claudia imaginava uma horta ideal cheia de tomates. “Eu descobri que a nossa sociedade tem esse vício de achar que manda na natureza, e a gente não manda nada. Inclusive tomate é o que eu menos consigo produzir. Aprendi na prática como agir, recebendo feedback direto da própria planta”.

O jogo de cintura necessário para surfar a natureza também se aplica à relação com o ser humano. Até hoje, todos os pés de alecrim que foram plantados sumiram, e o roubo de mudas é um problema tão recorrente que os voluntários colaram um aviso na placa de entrada da horta.

O plano daqui para frente é conseguir envolver ainda mais a comunidade do entorno. Mas o verdadeiro sonho de Claudia é ver a cidade se transformar em uma grande horta. Para incentivar esse movimento, os Hortelões Urbanos criaram uma cartilha com 10 passos para fazer uma horta comunitária. “A agricultura urbana é uma coisa muito descentralizada, autônoma, de empoderar as comunidades, então o máximo que a gente pode fazer é servir de exemplo e inspiração”.

 

FICHA TÉCNICA

Quer fazer parte da Horta das Corujas ou criar uma iniciativa semelhante em sua comunidade? Essas informações vão te dar uma ideia mais concreta de como o projeto se estrutura:

Como apoiar ou fazer parte? A horta é aberta a todos. Os mutirões e encontros são organizados pelo grupo do Facebook.

Pessoas envolvidas: É uma rede livre de voluntários, então não há número certo de participantes.

Quem faz o quê: Cada um faz o trabalho que quiser quando quiser. Os voluntários podem regar, cuidar de canteiros, buscar esterco para adubar, fazer plaquinhas, doar mudas, colher ou apenas visitar a horta.

Há quanto tempo existe: Desde julho de 2012

Materiais utilizados: Composto orgânico, enxadas, regadores e ferramentas de jardinagem.

Metodologia: Agroecologia

Locais de intervenção: Horta das Corujas, na Praça das Corujas: Av. das Corujas, 39 – Sumarezinho, São Paulo – SP

Serviços contratados: Nenhum

Passo a passo:

  • Contar com o apoio da Subprefeitura para cercar a área destinada à horta
  • Plantar e cultivar hortaliças e outras plantas alimentícias
  • Criar uma escala de rega e manutenção de canteiros
  • Mobilizar voluntários para participar de mutirões e cuidar da horta

Problema inicial: impacto ambiental do consumo de produtos industrializados e produzidos em larga em escala

Proposta: O desejo de praticar a agricultura urbana comunitária em São Paulo

Parcerias: apoio da Subprefeitura de Pinheiros

Como se sustenta financeiramente: Não é necessário investimento financeiro. As pequenas despesas são rachadas entre os voluntários

Quanto custa? Não há custo estimado

Dificuldades: roubo de mudas e falta de voluntários para regar e fazer a manutenção da horta

Planos para o futuro:

  • Mobilizar mais pessoas para cuidar da horta
  • Servir de inspiração para o surgimento de mais hortas comunitárias
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Aniversário de 3 anos da Horta das Corujas

Reservem a data!
Evento e programação em construção 🙂

Quando: Sábado, 26/09/15
Hora: o dia todo, com atividades começando às 11h

Ver evento no Facebook para atualizações.

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PIC NIC COLETIVO
Cada um traz a sua colaboração para a mesa.
E cada um traz sua própria água.
Importante: tragam canecas e talheres, não utilizaremos descartáveis!

EXPO FOTOS E POESIA – Coletivo Vidas Secas SP
https://www.facebook.com/vidassecassp?hc_location=ufi

11:00 YOGA
Patrícia Franco

12:00 ESCULTURA DE BALÃO
Fabíola Donadello

13:00 OFICINA PLANTIO/BOMBAS DE SEMENTE
Pâmela Sarabia e Katerina Elias-TraumfrauGuerrilha Verde

14:00 RODA DE CONVERSA COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA
Ana Terra

15:00 SARAU
Voz e Violão
Laura Wrona

Poesia
Guga Nagib

Atenção: não há banheiro na praça!

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Fotos do Hugel-Mutirão

Sábado, 22/08/15, aconteceu um Hugel-Mutirão na Horta das Corujas.

Fotos dos trabalhos.

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Hugel-Mutirão da Horta das Corujas

Hugelkultur é uma técnica alemã de criação de canteiros (hügel = colina / kultur = cultura). É fazer uma lombadona com folhas de bananeira (ou papelão) na base para abafar a grama, em seguida colocar um monte de madeiras apodrecendo, cobrir com composto, palha e aí regar. O resultado é um canteiro que dá menos manutenção (a matéria orgânica e a madeira apodrecendo aportam umidade) e onde os nutrientes são liberados no solo aos poucos.

No mutirão vamos montar nossa hügel na área acima da composteira e plantar nela. Mudas são bem vindas. 🙂

Lembrando que na praça não tem banheiro nem água para beber. Traga sua garrafinha.

Dia: Sábado, 22/08/2015
Hora: das 11h às 14h
Local: Horta das Corujas
Endereço: Av. das Corujas, s/n – perto da rua Páscoal Vita.

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Nascentes das Corujas: roda de conversa e mutirão

Toda a água usada para regar a Horta das Corujas vem de nascentes locais e foram os voluntários que instalaram as cacimbas. Mesmo durante o período mais seco pelo qual São Paulo já atravessou, a situação na horta é de abundância de água. E água limpa, de acordo com análise realizada pela Cetesb em 2013. Por não ser tratada, não é potável, mas tem ótima qualidade para regar hortaliças.

Cacimba
Durante o encontro+mutirão, vamos conversar sobre como fazer as nascentes urbanas renascerem e também colocar a mão na massa para criar canais de escoamento da água.

As cacimbas não necessitam de cobertura contra o mosquito da dengue pois têm peixes (guarus) que se alimentam de larvas. A Vigilância Sanitária fiscalizou a horta recentemente e nenhum foco de proliferação de mosquitos foi encontrado. Conversaremos sobre isso também.

Venha com roupas velhas, traga água de beber e, se puder, enxada. Contribuições para um lanche comunitário também são bem-vindas.

A horta fica na Praça das Corujas e o local não possui banheiro.

Quando: Sábado, 27/06/15, das 11h às 14h
Onde: Horta das Corujas, Praça Dolores Ibarrui

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